Garimpar no cotidiano elementos para representar a poesia não é tarefa fácil.
A cidade, as ruas, os prédios, os carros, as pessoas estão ali, mas o olhar e a emoção precisam atravessar o véu do trivial para perceber a essência que cada um carrega. Ao enveredar pela palavra poética, neste livro de estreia, Margareth Santana dá voz à saudade, ao desejo de paz, ao cheiro da infância, à consciência ambiental, à passagem do tempo… Minas e a cidade natal, Pirapora, são fotografadas com ternura e orgulho. Assim ela burila os versos, desprende dores, redobra a compreensão e revela ao leitor momentos cotidianamente simples, leves, tensos e líricos. Porque “a poesia é a expressão da beleza e do sentimento do mundo”, como Adélia Prado resumiu tão bem. Compartilhar um pouco do que se aprende na vida, por meio de poemas, também é uma forma de auxiliar e amar o mundo.
Neusa Sorrenti
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