Que amiga maravilhosa tu tens”, Camila digitou quando, enfim, me apresentou Caixa de Spam. Capa vermelha, foto digna de escritora e histórias capazes de nos envolver, assim, rapidamente, como inocentes taças de Chardonay. Seu primeiro livro estava pronto. Mas preciso explicar. A frase da autora não denotava arrogância. Nem de longe. Camila fazia alusão à minha maternidade. Eu estava envolta em fraldas e cocôs explosivos no dia em que o livro chegou às minhas mãos. A preocupação dela era com atarefar uma puérpera com a leitura. Embarquei. Mas agora posso confessar: que sorte a minha. A escrita deliciosa, divertida, o senso de humor e mesmo a angústia presente nas dores descritas em suas histórias me despertou como o galo de Só para os Raros, lembrando-me de que, sim, há tanta vida lá fora. E Camila sabe disso. Ela gosta de saborear. A vida. A escrita. Em Caixa de Spam, não faltam sabores. A amizade temperada com sexo, o amargo da separação. Feliz de quem se permite experimentar. O livro está servido. Bon apettit.
Kelly Matos
Avaliações
Não há avaliações ainda.