A obra Histórias da Terra do Mandamê – primeira incursão na prosa da confreira Arolda Maria Figuerêdo – não é para ser lida, mas degustada, dita e compartilhada com os amigos, parentes e aderentes. São contos, mas também crônicas, histórias ou relatos contados por quem não só sabe do que está falando, mas, sobretudo, vivenciou o que narra em forma de textos transportados por uma prosa leve, coloquial, quase confidencial. Mais do que literatura, as histórias (ou estórias) reunidas aqui dizem respeito a uma terra especial e, igualmente, a uma gente muito peculiar. Trata-se de Ponta de Areia, distrito da vetusta Caravelas, que já sediou uma estação da saudosa Estrada de Ferro Bahia–Minas e foi cantada por ninguém menos que Milton Nascimento em uma canção homônima… Nada disso é alheio à autora – aliás, o humano e o desumano não lhe são estranhos – que apresenta aos leitores, em primeira mão, as histórias da Terra do Mandamê. Narrativas impregnadas do gosto da amêndoa, da ressaca do mar e da resistência humana. Leitura obrigatória.
Almir Zarfeg
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