Entre Cais consolida a saga poética de Jefferson Rego. Chamam a atenção palavras como Mercado, Status Quo, Volúpia, Medo… O medo é salutar enquanto instinto de preservação, mas não pode somar quando o poeta afirma: “O poema jamais suporta neutralidades”. E nessa viagem profunda, o eu lírico de Jefferson recorre à onipresença erótica da musa Mariana, que o conecta a um mosaico de referências à música brasileira. Aqui, ele passeia ao lado de Caetano, Belchior, Cazuza, Djavan, a Legião de Renato, Magal, Ney, Caymmi… Jefferson nos leva também a um passeio literário, com Bandeira, Quintana, Cora, Hilst, Neruda e Dante. A poesia desse alagoiano nos leva a Porto de Pedras, Belém, Recife, Marajó, Porto Calvo, Japaratinga, Olinda e à Goiânia. Enfim, o poeta me alcança em nossa contemporaneidade e me faz reviver tempos e palavras plenas de metáforas, preconizando que: “Entre tijolos e sonhos é preciso levantar poemas e paredes”. É gostoso embriagar os sentidos no copo cheio da poesia de Jefferson Rego. Façamos um brinde!
António Victor
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