Minas é terra fértil em prosadores, talvez porque as histórias de nossa gente circulam por aí há gerações, bastando ao mais atento ouvir os relatos para transformá-los, com beleza e simplicidade, em literatura. Geraldo Magela da Silva Araujo é homem dessa cepa, renova a tradição dos causos neste seu primeiro livro, que parte não apenas das figuras familiares, mas também das figuras históricas de Cararinga, bem como das pessoas simples da região. Sua matéria é a vida no compasso dos serões, das prosas entrecortadas de suspiros, de não ditos, porque o mineiro é assim, fala pouco, mas deixa muito rastro no que diz. Sá Antônia, Monsenhor Rocha e o diabo é um livro para ser apreciado com a mesma cadência das histórias nele relatadas, sem pressa, em clima benfazejo. Do fino humor ao tom anedótico, do passeio pelas Minas e pelos Gerais, Geraldo Magela enreda o leitor e o encanta, ao inserir seu nome na linhagem daqueles que sabem tornar a palavra filigrana, preservando a tradição literária mineira.
Olavo Romano
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