A escrita de Marco Aurélio Vieira se desenha com pinceladas firmes sobre a pele trêmula do eu lírico, devassando a carne, embriagando os sentidos, contando causos de relações clandestinas, de encontros entre homens proibidos, argonautas naufragados nos becos escuros de uma Belo Horizonte mitológica, escondida nas invisibilidades sociais que acorrentam até o mais liberto, libertário e libertino dos homens gays em sua própria escuridão profunda. Mais que um livro de sonetos homoeróticos, O Homem das Flores Amarelas é um manifesto sobre liberdade, amor e compreensão do próprio corpo como ente político essencial para a transformação da sociedade. Marco Aurélio Vieira parece querer que a paixão movimente o mundo, pois um mundo em movimento se abre, se enrosca, transpira, geme, muda… Goza.
Emerson Braga
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