Lia só pode ser entendida através da complexidade do seu espírito. Um abrigo que congrega o domínio das linguagens artísticas e um olhar privilegiado, guiado pelas questões particulares do ser humano. Tal veemência, a exemplo da vida em montanha-russa, se traduz em uma prosa curiosa por descobrir o mundo junto ao leitor: seus desejos, seus ódios, seus desamores, suas injustiças e suas redenções — se é possível pensar nisso no Brasil contemporâneo. Sem ter medo nenhum ou receio de dar dois passos pra trás e discutir, sempre que há espaço, lacunas mais profundas, silêncios mais agudos. Ou, simplesmente deixá-los na gaveta por um tempo indeterminado. Afinal, essa é a expressão de escritor em seu tempo: encontrar o equilíbrio tênue entre as vozes que habitam-no e a solitude da própria linguagem. Esta é Lia.
André Vieira
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