Se angústia fosse sólida, entupiria veias, troncos e trens. Em sua obra de estreia, Letícia Carvalho explora as contradições de almas que transitam entre si, o mundo e os outros, com textos que transcendem os limites do espaço-tempo. A autobiografia se confunde com a biografia da natureza. O tempo flui entre a imaginação e a memória. A poeta dialoga com os dilemas de um mundo pós-pandêmico e pós-capitalista, com a natureza ameaçada pela ganância de poucos. Flerta ora com a angústia de ser impotente diante das opressões da realidade, ora com um senso de dever de resistir a essas opressões, sem jamais escapar da fragilidade humana. “Ser híbrido com o mundo é um mal-estar necessário”, reflete. A poeta é heroína e anti-heroína, num estado de permanente impermanência: a angústia de viver e morrer sem acessar o todo. Mas, mesmo assim, com a esperança e a beleza de ser e estar vida.
Carlos Henri

Luzia Pinta A mulher que enfrentou a inquisição no Brasil 


Letícia Carvalho nasceu em 7 de agosto de 1997, em Curitiba. É formada em psicologia pela UFSC, com atuação na área clínica e da saúde. Escrever sempre permeou sua trajetória pessoal e profissional, permitindo-a garimpar o que há de mais humano no mundo e em si mesma. Se angústia fosse sólida, entupiria veias é seu trabalho de estreia na poesia.
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