Os escritores contemporâneos têm seu paideuma? Inevitável. Além de uma voracidade tonitruante, há de se levar em consideração a busca irrefreada pela palavra certa. Yohan Barcz é um autor da nova geração que claramente tem um projeto literário. Coisa rara. Nos contos de seu Lençol humano, o curitibano nos brinda com uma espécie de mosaico urbano da paranoia (meio Dalton, meio Pynchon), explorando territórios nem sempre fáceis de digerir por tanta leitura rasa e edificante dos últimos tempos. Nonsense (no conto-título), horror detetivesco noir (Trevisan), flerte com o existencialismo (Valter versus Valter), só para citar alguns, são facetas de um jovem, mas já maduro escritor, que aponta certeiro suas doses de raiva, inconformismo e estilo contra o marasmo e a falcatrua pseudoliterária. Sem tardar mais os incômodos e prazeres que os leitores terão com Lençol humano, como disse um certo polaco: virem-se!
Daniel Osiecki
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