Corre o ano de 2020. Meu segundo filho, recém-nascido, dorme nos meus braços. Leio na tela do celular, enquanto equilibro a criança, um livro sobre um famoso carrasco nazista que viveu seus últimos anos no Brasil. Mais tarde, à frente do computador, continuo escrevendo meu romance sobre um sobrevivente do Holocausto que também se refugia no Brasil. É isso, penso, meu protagonista se tornará um caçador de nazistas. Ele terá um bom motivo para isso: seu amado pai foi vítima do médico de Auschwitz, o Anjo da Morte. Enquanto preparo meu protagonista para uma vingança triunfal, noto que sua trajetória o direcionava para algo maior. Percebo que a chama da vingança não arde nele como a do desejo de redescobrir o pai. Assim nasceu A mancha vermelha, narrativa em que personagens reais e fictícios se entrelaçam em uma trama de dor, esperança e busca existencial.
Pedro Carvalho
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