Planta versátil, as heras são as folhas que cobrem muros de verde, mas aqui viram folhas brancas sobre as quais se escreve com caneta esferográfica e um dia se transformam nas folhas impressas costuradas em forma de livro. Quanto à sintaxe, “era uma vez”, sem “h”, é complemento circunstancial de tempo, um tempo da ordem do indeterminado, do imensurável, do indefinido, das eras que reúnem uma quantidade infinita de horas, horas, horas, que ora correm aos saltos, ora demoram à beça, durante longa espera no ponto de ônibus, quando se pergunta para alguém desconhecido: “Que horas são?”. Num discursopensamento prosa-poético em livre fluxo, ela é uma, ela é muitas, ela vislumbra o mundo, mergulha dentro, se locomove, de tudo quanto é jeito, estarrecida, cansada, troca de casca, de roupa, amassada, jamais passa, troca de pele, ela envelhece, troca de nome, mas sem perder a rima, ela segue, lutando, caminhando, arfando, viajando, até que, mutante, muda de espécie, e deixa de ser… humana. Explode? Não sei.
As heras : folhas sob esferográfica
R$ 70,00
Marta Bonimond é artista transdisciplinar, professora universitária e palhaça. Formada em dança pela Angel Vianna Escola e Faculdade, fez pintura na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e cursou a Formação do Conservatório de Música de Niterói — bateria. Integrou a Primeira Geração do CEP 20.000 (Centro de Experimentação Poética), fundado por Chacal e Guilherme Zarvos nos anos 1990, e o Coletivo de Poetas de Brasília, tendo participado de antologias. Publicou o livro de poemas 30, com edição independente, e o ensaio sociológico Corpos em obras: um olhar sobre as práticas da cidade. Dirige a Trupe DiVersos, coletivo de artistas fundado em 2014.
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