A boa tradução de poesia é criação poética, como comprova a tradução de Sêneca. Filósofo estoico e tragediógrafo, Sêneca influenciou o teatro europeu e foi estadista no Império Romano. Suas tragédias são desafios para tradutores, como exclamou Virgílio: “Eis o duro labor!”. Fedra é marcada por sentimentos contraditórios, como paixão e pudor, vingança e arrependimento. Camila conduz a tradução com naturalidade, destacando o autoextermínio e o sacrifício expiatório. Ela mantém a expressividade dos versos, resgatando a fluidez dos atos cênicos e a técnica literária de Sêneca. Recursos como aliterações e assonâncias criam efeitos sonoros e ressaltam a fatalidade e o erro trágico. Vozes intertextuais e repetição de estruturas fortalecem a tensão da obra, criando uma tradução fiel e poética.
Heloísa Maria Moraes Moreira Penna
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