Uma escrita em forma de prosa com alma de poesia. Talvez por distração, na certa por vocação, liberdade e intuição, Xìco Crùz reafirma sua identidade como escritor e nos presenteia com mais uma obra singular, que nos provoca uma leitura atenta, curiosa e apressada pela fome; pela descoberta que se apresenta a cada nova página, que nos conecta com a natureza das suas palavras. Natureza dos céus, das águas, dos bichos, das gentes… O corpo de Noah é uma coleção de memórias, corpos-territórios sentidos do profundo existir. Narrado pelos olhos e sentidos de Noab, o irmão mais velho “de alma esquecida no corpo”, o autor brinca com as letras e os sentidos, faz uma crua realidade poética conversar com delírios reais. Como tantas pessoas, lugares e histórias nascem na mente de quem escreve? Percorremos a leitura com essa indagação. Ou certeza de uma memória ancestral que nos transporta para Gurupi e, assim, visualizamos a Chácara, o pé de jaca, o rio, a seca, os desamores, as cercas, as esperanças… Lá “dão bons-dias, pluralizando o tempo”; e aqui temos uma obra com começo, meio e recomeço, como o ciclo sem fim da vida!
Leila Nascimento
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