Oráculo de vida e morte, de José Alves Lima, narra, em verso, a jornada de um poeta maduro, sua odisseia pessoal, com olhar sereno e passo firme, no rastro dos que vieram antes, deixando um acumulado de vidas, de histórias. Aqui, reconheço muitos caminhos, de Santiago de Compostela, chão vincado pelos séculos, ao interior de Minas, feito de barro, força e fé. Em Alves Lima reencontro, ainda, o ourives que, da pedra bruta, faz nascer com seu engenho filigranas, porque a palavra poética é isso: matéria preciosa. Decerto, o leitor que se postar diante desse Oráculo vai voltar a si e ao melhor da tradição literária ocidental, pois o poeta bem o sabe religar com sua trama de versos as leituras fundantes do nosso cânone, com a dicção local e suas cores.
Olavo Romano
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