Outros de mim

Este belo e soturno romance conduz o leitor num processo marcado pela natureza do personagem central. A narrativa é de tal modo persuasiva que lhe restará, leitor, aliar-se a um peregrino que perdeu o coração numa curva da estrada. Como eu, você estará definitivamente preso àquele garoto que nunca abandonara o poço de sangue onde fora jogado ainda pequeno. Encontrar a saída será sempre o desafio que o personagem sem nome, porque nomeia a todos nós, terá de enfrentar.
Se em algum momento, na sociedade brasileira, houve necessidade de se denunciar a injusta realidade dos homens e mulheres invisibilizados, em “Outros de mim” existe a necessidade da autodenúncia. Até que o mal possa saciar-se; o mal das redes que a todos exibe e a ninguém revela; o mal das sombras que nos habitam, até sabermos quem somos nessa roda estranha que é viver.