A poesia de Pedro Cerdeira carrega um traço sutilmente belo entre tempo e espaço: o tempo do início da juventude e a juventude constituída; a geografia do asfalto na cidade de São Paulo e seu trajeto acinzentado na luta entre distopia e utopia e os caminhos amorosamente trilhados pelo olhar de quem, com a mochila nas costas, deslumbra e vislumbra a areia e o mar do Nordeste, seguindo pelas florestas verdejantes e espessas banhadas por rios largos do Norte do Brasil, transbordando para a América Latina, elo contínuo entre poesia/vida, ética/estética, memória de passado/memória de futuro, gentes e mais gentes. Assim, a arte poética que chega “das ruas” também chega “nas ruas” e enuncia seus múltiplos sentidos: o “ocaso” imbricado na fugacidade do “acaso” tudo pode transformar diante de um espaço cotidiano que, muitas vezes, nos é apresentado como ríspido, nebuloso e ameaçador.
Rosangela Ferreira Borges
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