A música parece ser a Musa de Marcus Vinícius, seus versos são acordes, as pausas suspensão, sua poesia uma sinfonia. A paixão pela natureza sangra na sua poesia, e como bom poeta as coloca em pé e altivas quando diz: “… o pico do jaraguá lamenta-se à cantareira: — vêm mais obras e demolições, obras e destruições”. Uma lamenta, a outra consola, e o poeta ama, incondicionalmente ama. Conhecer a poesia de Marcus foi um prazer enorme, porque ele une um de nossos maiores problemas que é ver a verticalização de uma cidade passando como um rolo compressor sobre a natureza com sabedoria e sem perder a magia das palavras escolhidas e criadas por ele. Um poeta de mão cheia, um belo livro. Como diz Guimarães Rosa: “O que é para ser são as palavras!”
Clarisse Abujamra
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