Duas coisas são essenciais numa narrativa, a preservação do fio da meada, a história em si, e o trabalho com a linguagem por parte do autor, porque é assim que a própria língua se renova, que a literatura se areja e se projeta ao futuro. Em Quebra-cabeça, Danilo da Costa-Cobra Leite empreende ambas as coisas, numa construção linguística que, se a princípio soa vertiginosa, vai se abrindo ao leitor na medida em que este avança no texto para, então, ser enredado sem notar. E o que deseja um leitor senão isso, o aprisionamento nas malhas da narrativa, sinal de que, sim, o autor domina o seu ofício e faz dele obra de arte.
Leonardo Costaneto
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