A última missa

A última missa é um relato forte de uma saga: o menino Dito deixa a zona rural de uma cidade do interior de Minas Gerais e vai, entre quedas e soerguimentos, em busca do ideal de ser padre. O truncado processo de formação o leva a várias experiências, algumas de renúncia, outras de perdas, de medo, angústias e alegrias. O livro tem como pano de fundo uma época que vai dos anos 70, de chumbo e temor, passando pela redemocratização do país, em meados dos anos 80, ao limiar do século XXI, quando o Brasil consolidou a democracia. Nesse período, a sociedade acaba reproduzindo o autoritarismo em muitas de suas instituições educativas e religiosas. As mudanças democráticas não atingem o cerne da Igreja: o celibato, resquício maior de um poder de controle, permanece como cláusula pétrea e só driblado quando algum clérigo, após um processo sempre desgastante e sofrido, deixa o sacerdócio. O processo de libertação sociopolítica não é correspondido no interior da instituição eclesial, temerosa em relação ao que é novo. Que fazer? O menino Dito se torna padre e desemboca nessa encruzilhada.