Os estudos fundamentais de Maria José de Queiroz sobre escritores que produziram sua obra na prisão, aliados a uma profunda reflexão sobre a liberdade, a literatura e a vida, fazem deste livro um marco na crítica humanista do Brasil. Ao longo dos séculos, como norma regular e inquietante, quase todos os sistemas políticos têm privado da liberdade aqueles intelectuais que, mais decididamente do que outros de seus pares, pratiquem o dever número um de todos os pensadores, escritores ou artistas, que é o de contestar o abuso de poder, a estagnação burocrática, o conformismo abúlico. Dante, Galileu, Cervantes, Antonio Vieira, Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antonio Gonzaga, Alvarenga Peixoto, Monteiro Lobato, Graciliano Ramos, Augusto Boal, Frei Betto, Mário Lago, só para citar alguns entre milhares de nomes, são exemplos de arbítrio e de violências sofridas por quem se oponha ao diktat de um dado momento histórico.
A literatura encarcerada, de Maria José de Queiroz, oferece ao leitor um dramático balanço de memórias, manifestos, cartas, denúncias imortalizados em documentos que os intelectuais detidos produziram e que conduzem a uma ética da insubmissão e demonstram, por mais abomináveis que tenham sido as circunstâncias enfrentadas, a verdade fundamental do “Penso, logo existo”, ou de suas variantes, “Penso, logo resisto”, ou “Penso, logo sobrevivo”.
Maria José de Queiroz
Maria José de Queiroz nasceu em Belo Horizonte. Doutorou-se em Letras Neolatinas na UFMG, com tese sobre a poetista uruguaia Juana de Ibarbourou. Foi professora visitante em universidade da Europa e dos Estados Unidos. Em 1961, publicou o primeiro de seus premiados ensaios sobre literatura, A poesia de Juana de Ibarbourou, e, em 1973, estreou como ficcionista com a coletânea Como me contaram: fábulas historiais. Seu romance Joaquina, filha do Tiradentes, com várias edições, foi adaptado para a televisão em 2016.
Autora: Maria José de Queiroz
Coordenação editorial: Leonardo Costaneto
Organizadoras: Lyslei Nascimento e Késia Ferreira
Capa: Farrel Kautely
Editoração eletrônica: Farrel Kautely
Selo: Libertas
Gênero: Ensaio
Páginas: 217
Formato: 14×21
ISBN: 978-65-5061-018-0
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