Mais uma dose, de Flávio Rocha, articula uma estrutura narrativa que opera a partir da fragmentação e da recorrência temática, configurando um campo de tensões entre memória, desejo e identidade. A obra elabora múltiplos deslocamentos, nos quais os elementos sensoriais, representados pelas bebidas que nomeiam os capítulos, funcionam como vetores simbólicos para a construção dos sujeitos que habitam os textos. O trânsito entre encontros efêmeros, vínculos familiares e relações de poder delineia um universo que explora as contradições do pertencimento e as fronteiras da intimidade. As narrativas inserem-se em um campo discursivo que dialoga com as formas de resistência ao normativo, mobilizando tensionamentos em torno de gênero, sexualidade e pertencimento sociocultural.
Febraro de Oliveira
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