Ao meu lado

Amor: tema que há séculos inspira poetas, escritores e filósofos. Drummond, poeta itabirano, em seu poema As sem razões do amor, parece ter reconhecido a impossibilidade de resumir tal sentimento, mas o faz da forma mais simples, mais poética e contundente que já se viu: ‘Amor é dado de graça / É semeado no vento’. Assim, despretensioso, há muitas formas do amor nascer — às vezes em um olhar, outras em um gesto e, em algumas histórias, ele floresce entre o caos e a calmaria. Um testemunho dessas infindáveis e inusitadas possibilidades de amor está na obra Ao meu lado…, da escritora mineira, Análpia Siqueira Lara. Com uma doce e poética narrativa, Análpia entrelaça paixão, dúvidas, ousadia, alegrias, tristezas, reconciliações e escolhas difíceis que ressoam profundamente em quem já foi fisgado pelo amor ou em quem sonha com esse transcendente instante. Junto com a personagem — ora uma doce beletrista e alegre professora, ora uma jovem tomada por uma paixão avassaladora — vivemos as aventuras, encontros e desencontros resultantes do ‘amor semeado no vento’. Com seu diretor, que também é seu chefe — e um chefe muito exigente —, a protagonista explora caminhos inesperados que o destino traça quando duas almas estão destinadas a se encontrar. A obra é um convite para sentir. Para nos lembrar de que a beleza do amor — e o amor real — inclui riscos e ousadia.

Cleunice Soares de Almeida