De coxias e porões

“‘Quem sai aos seus, não degenera’, reza a sabedoria popular. Inês Melo Neves é prova desse provérbio. Paulo Neves de Carvalho, seu pai, reformador de estruturas públicas e amado professor universitário, marcou gerações. Numa noite, mãos nos meus ombros, vaticinou: ‘Vou fazer de você professor de administração, no carbureto!’. Irene Melloneves, por sua vez, tinha a consistência intelectual das letras clássicas. Poeta, deixou cerca de 40 livros inéditos. Inês é, pois, rebroto de frondosa árvore. Do eu ao outro, sua prosa trama significados e busca apaziguar o existir. Em De coxias e porões, Inês Melo Neves, mais uma vez, mostra o seu talento, das artes plásticas à literatura, ofertando ao leitor o sumo agridoce da própria existência. Provar de sua lírica é, portanto, embriagar-se de vida, uma vida possível em meio aos mistérios e, por que não, aos momentos epifânicos do ser e estar no mundo”.

Olavo Romano