Pólen, carne e raízes

A decisão de publicar seus poemas faz de Sandra uma libertária. Não, mas também, sim, em relação à trajetória profissional que a ligou diretamente à comunicação jornalística em várias mídias. Trata-se de um desabafo tão próprio que alcança o coletivo por obra e graça de uma identificação entre os sentidos mais íntimos e o corpo que se reconhece em gerações de pessoas fêmeas. As metáforas poéticas constroem o que vai do pessoal ao humano dos dias desiguais. Entre o ingênuo e o perspicaz, os poemas relatam o ser e o estar em um universo no qual o feminino é capaz de fundir-se ao másculo nas melhores formas de diluí-lo. Refundidos na diluição dos limites, macho e fêmea ressurgem na capacidade de ficar escrita em que se insere a poesia de Sandra Porciuncula. Então concedendo voz aos lábios vulcânicos.