A aurora das horas

Escrever este livro foi um chamado. Um chamado, sobretudo, da alma. Foi um daqueles momentos de autorreflexão que todo ser humano passa e se depara com a velha máxima inscrita num antigo templo em Delfos: “conhece-te a ti mesmo”. Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo! Foi com esse sentimento que construí os poemas presentes no livro. O sentimento de olhar para o mundo e desvelar, através da palavra, seus momentos luminosos. Estes momentos embevecidos de poesia (assim os chamo) são momentos onde a vida parece entrar em harmonia com a própria queda. Eles podem vir de qualquer lugar – desde um grão de poeira dançando no vento (no poema pedido do mundo) – a qualquer hora – durante um velório chuvoso que passa na rua (no poema o rio) – ou sob qualquer forma – como uma homenagem a um poeta querido (no poema John Milton). Enfim, os poemas presentes no livro tentam revelar essa sensação, às vezes doce, às vezes azeda, do gosto íntimo da vida.