Um dos grandes vultos da Independência, Antonio Carlos é um personagem da história relativamente pouco lembrado, embora tenha participado ativamente, com protagonismo, em vários episódios importantes de nossa história. Teve vida cheia, intensa e imprevista. Compondo a famosa tríade andradina ao lado de seus dois irmãos, José Bonifácio — o Patriarca da Independência, e Martim Francisco, o Ministro da Fazenda da Independência, Antônio Carlos, anos antes, participou e foi um dos principais líderes da Revolução Pernambucana de 1817, que criou a República Pernambucana da qual ele foi o autor da Constituição provisória. Com o malogro do movimento revolucionário, amargou quatro anos de cárcere na Bahia.
Liberto em 1821, integra a delegação brasileira que participa da Constituinte portuguesa, chamada “Cortes de Lisboa”, convocada após a Revolução Liberal do Porto. Orador eloquente, com bravura enfrentou a maioria parlamentar portuguesa que queria rebaixar o Brasil, à época Reino Unido com Portugal e Algarves, novamente à condição de colônia. Por sua coragem e participação destacada, torna-se líder inconteste da delegação brasileira. Recusando-se a assinar a nova Constituição precisou fugir de Portugal juntamente com outros deputados brasileiros. De volta ao Brasil tem participação destacada como um dos maiores protagonistas da Assembleia Constituinte de 1823, sendo autor do seu texto quando D. Pedro I decide dissolver a Assembleia, prender e exilar Antônio Carlos, seus irmãos e os deputados mais próximos dos Andradas.
Muitos anos depois, de volta do exílio, retorna ao parlamento em 1838, tornando-se novamente um de seus principais líderes. Nesse período participou ativamente do chamado “Golpe da Maioridade”, que elevou D.
Pedro II ao trono com apenas 14 anos de idade. Será em seguida nomeado “primeiro-ministro” do primeiro gabinete do segundo império, e posteriormente será eleito, já no fim da vida, Senador pelo estado de Pernambuco.
O padre Joaquim Dias Martins, biógrafo dos revolucionários pernambucanos de 1817, testemunha daquele movimento, assim se refere a Antônio Carlos: “Herói muito superior que a mesma fama! Quem ousará descrevê-lo?”
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Lafayette de Andrada é membro do Instituto Histórico Geográfico Brasileiro (IHGB), do Instituto Histórico Geográfico de Minas Gerais (IHGMG) e do Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP). É membro também do Instituto Mineiro de Direito Constitucional. Estudioso da nossa história, Lafayette de Andrada idealizou e coordenou a publicação da reedição, pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais, de obras de alto valor histórico já esgotadas, tendo prefaciado todas elas. Nesse contexto criou a “Coleção Minas de História e Cultura”, que reeditou a “História da Revolução Liberal de 1842” do Cónego José Antônio Marinho (1844); “Autos da Devassa da Inconfidência Mineira” (1972) em 12 volumes; “Princípios de Direito Internacional”, de Lafayette Rodrigues Pereira (1902); e “A Política em Minas” do dr. Paulo Roberto G. Medina (2018, obra inédita). Anteriormente, havia organizado a edição e publicação da biografia do jurista e estadista do império Lafayette Rodrigues Pereira em “Lafayette — um jurista do Brasil”, assinado pelas historiadoras Maria Auxiliadora Marinho, Lígia Maria Leite Pereira e Paulo Roberto Gouvêa Medina, com prefácio do Ministro Paulo Brossard (2009). Memorialista, estudioso da história brasileira, Lafayette de Andrada participa com frequência de seminários e simpósios de histó- ria, no Brasil e no exterior. Presidiu a Comissão Especial da Câmara dos Deputados, responsável pelas comemorações do Bicentenário da Independência, da Assembleia Constituinte de 1823 e da Constituição de 1824, respectivamente nos anos de 2022, 2023 e 2024. É deputado federal por Minas Gerais, advogado, professor, nascido em Belo Horizonte-MG em 1966.
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