Diz-se que não se faz revolução com flores, o que, em parte, pode até ser verdade, dependentemente, é claro, do ângulo que se tem em vista. Isso porque não há rosas sem espinhos: o jardim da existência, cultivado, adubado e regado com o sol e a chuva, água viva, para recitar Clarice, é o mundo vivido em sua fenomenalidade; mundo banhado nas fontes da experiência, como metaforizara Bergson e, como nesse belo experimento filosófico-poético aqui, em mãos, mundo-vida amazônico, aborígene, originário, em seu elã vital. É com esse viés que Flores da resistência traz à tona uma força descomunal e ancestral única, singular, ao interrogar uma transcendência radicada na imanência. E isso à luz de toda vivência. Trata-se, antes, de adentrar nas matas, arar a terra e receber do seio da mãe natureza o dom da vida a fim de preservá-la, amá-la. Há maior resistência do que em amar? Resistir é preciso…
Claudinei A. F. da Silva
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