“Márcia Amaral, é esse seu nome. O nome é muito mais que uma forma de nos chamarmos ou, o que é mais frequente, de nos chamarem. O nome é parte daquilo que cada um de nós tem de mais precioso: a identidade. Márcia conta uma história que é, acima de tudo, sua epopeia particular e, por isso mesmo, universal. A luta contra todas as forças, monstros, enganos, confusões, traumas que nos levam para longe de nós, que nos desconectam de nós mesmos, que roubam isso que talvez seja a única coisa que de fato é realmente nossa: a consciência de quem somos a cada instante, em cada lugar, em qualquer relação. Há momentos de silêncio, de necessidade de escutar ou de auscultar, de olhar para dentro, de buscar uma resposta inefável. Márcia convida o leitor a empatizar com a experiência da personagem, apresentando páginas silenciosamente eloquentes e brancas, que também remetem à possibilidade de todas as cores, as cores de cada leitor, de cada momento. Assim é! Esse não é um livro para ser lido numa única sentada. Tem um tempo lógico: o tempo que cada um precisa para encontrar suas próprias palavras, não qualquer palavra, mas aquela que melhor traduz ou, antes, nomeia a experiência subjetiva do instante. Será preciso coragem para lê-lo? Talvez. Isso depende muito do medo que cada um de nós tem desses conteúdos emocionalmente tão mobilizadores, pois quanto maior o receio, maior a necessidade de uma certa valentia que também é necessária à vida. Portanto, não é um livro divertido e nem poderia sê-lo, entretanto é um livro feliz porque dá ensejo ao encontro entre personagem e leitor. Não nos furtemos a comparecer!”
Gabriel Graça de Oliveira
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