Nova política, barbarismos arcaicos ou: “Penso que buscas o paraíso na violência”

O que há para compreender quando chegamos na beira do abismo? O que é melhor fazer: seguir pelo mesmo caminho que nos trouxe até aqui, ou empreender uma autoanálise demolidora dos equívocos dos últimos tempos? Parece que foram essas as questões centrais que levaram Leonardo Borges a escrever esse caleidoscópico ensaio. O autor apresenta, de modo ousado e original, algumas explicações sobre a eloquente derrocada brasileira neste início do séc. XXI, quando o país oscilou da euforia causada pela inclusão de amplos contingentes nas dinâmicas de mercado – o pleno emprego vivenciado na altura dos anos 2010 –, à depressão da eleição de um projeto de destruição do pequeno avanço conquistado – o governo Bolsonaro. Ao mobilizar diferentes saberes – filosofia, sociologia, história, psicanálise e literatura –, Leonardo Borges supera a estéril oposição razão x sensibilidade e apresenta uma possibilidade de saída para o atual impasse: a utopia do bom e velho diálogo como método Político.