Em O dia que conheci Lucia Berlin, a tensão narrativa criada pelo autor é modulada tanto pela aparente trivialidade da vida de seus personagens, em sua maioria tradutores ambiciosos, editores oportunistas, escritores frustrados e artistas decadentes, quanto pela incerteza de suas jornadas. Além disso, violência urbana, racismo, preconceitos de classe, morte, loucura, drogas e a literatura como missão atravessam o caminho das personagens de modo impiedoso. Aqui há mais incertezas que outra coisa. Porém, algo é certo: vale a pena, ainda que sem contrapartidas, se entregar ao ofício de escrever e criar, de consagrar a existência à literatura.
Adriano Abbade
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