O sítio à beira da estrada

Você já esteve diante de algo que desse sentido a tudo? Eu também não. Acho que poderia encontrar essa plenitude de sentido em algum lugar em frente ao mar, no fim daquela estrada que se abre diante da porteira do sítio onde vivo. E tudo porque, exatamente como acontece em qualquer folhetim, uma certa manhã acordei me sentindo maior do que realmente sou. Isso me fez abandonar o lugar onde cresci para tomar a estrada. Mas não vou sozinho! Tenho um amigo que fica entre o saber e o não saber o que vamos encontrar estrada afora, mundo adentro. E encontramos um delegado com uma intimação, um escritor que abusa das nossas paciências, um músico com muitas memórias, um padre e um professor equilibrando um velório, uma motorista de ônibus que não é o que parece e uma poetisa que derrete miolos. E nenhum deles responde coisa alguma. Até porque não há respostas. Afinal, o viajar é mais que a viagem, não é?