Retratos da África: o cinema de animação para construções imagéticas do continente africano em sala de aula

Este livro é adaptação da monografia de conclusão da especialização em Ensino de História da África, do Colégio Pedro II, orientada pelo Professor Dr. Alex Sandro Barcelo Cortês. A proposta do autor foi analisar as formas em que o cinema de animação constrói imagens da África — tanto as negativas, quanto as positivas —, e como trazer essas análises para a sala de aula a fim de cumprir com a lei 10.639/03, que institui a obrigatoriedade do Ensino de História e Cultura da África e do Brasil afrodescendente. Como fontes, foram escolhidos os filmes Tarzan (1999), da Disney, e Kiriku e a Feiticeira (1998), de Michel Ocelot (1943), estabelecendo como metodologia a discussão sobre o cinema e o cinema animado e análises cinematográficas dessas animações. Em Tarzan, foi destacado como que caricaturas coloniais são ressaltadas para o público infantil, como os chamados “mito da superioridade do homem branco”, o “fardo do homem branco” e a imagética do continente africano como “portador” da “barbárie”, da “homogeneidade” e do “exotismo”, contribuindo para a perpetuação de uma mentalidade racista e intolerante em relação a esse continente e seus habitantes. Com Kiriku e a Feiticeira, foi trabalhado de que maneira valores africanos, como a oralidade, a centralidade feminina, a aldeia e a crítica com o estilo eurocêntrico de narrativa, podem ser mobilizados a fim de seguir o caminho contrário. Isto é, construir imagens de valorização da África e do africano.