“Branca Maria de Paula, escritora e fotógrafa mineira de Aimorés, dispensa apresentações. Presente na cena literária nacional desde a retumbante estreia, em 1978, no Concurso Nacional de Contos Eróticos da Revista Status, em que teve o conto “Fundo infinito” censurado pela ditadura civil-militar, ela não parou mais de nos surpreender. Parte significativa de sua obra guarda uma perspectiva erótica e feminina, que prima pelo delicado lirismo com que trata o amor, a morte, a solidão e a angústia. A mulher proibida (contos, 1980), O desfecho da peça (contos, 1985), Fundo infinito (contos, 2005), Nanocontos (2019), Flor carnívora & algo mais (2019) e A luz paralela (romance, 2020), entre outros, testemunham minha afirmação. Esses contos de saia curta retomam aspectos de obras anteriores, sem descuidar da inovação: o tom intimista e feminino; Belo Horizonte como espaço privilegiado de alguns enredos; a sutil conversa com Murilo Rubião, Luiz Vilela, Drummond e Guimarães Rosa; além de brincar com a mitologia grega e contos tradicionais infantis. Os textos, ora intensamente líricos e filosóficos, ora leves e bem humorados, primam por conduzir a leitora e o leitor para finais surpreendentes, numa concisão que beira quase o minimalismo literário. Com este livro, Branca Maria de Paula lança novos fios de imaginação rumo ao deleite e à reflexão. Escrita fincada no contemporâneo”.
Constância Lima Duarte
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