Andar, existir, sermos atravessadas pelo mundo. Eis a poética das travessias de uma migrante que se tece entre pontos e encruzilhadas. Nelas, a solidão dos passos evoca o barulho imperceptível dos fantasmas. Seus murmúrios falam de outras companhias que lavram as costuras entre pele, sombra e pegadas.
Os poemas que transitam este livro são testemunhos do vínculo de Lívia Vargas González com a espectralidade desses Outros que a habitam. Sua obra se manifesta nos espelhos, nas memórias e no espanto. Na estrutura em quatro partes, Lívia nos convida para acompanhar os encontros prováveis e improváveis entre o que ela carrega, o que a marca, o que a atravessa e o que a abraça, numa escrita que assinala as impurezas de uma existência migrante. Mas é essa mescla entre culturas que forma a riqueza da sua linguagem, como minas ocultas em camadas geológicas, sempre prestes a revelar outros mundos.
Guiomar de Grammont
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