Este livro é uma jornada íntima e reveladora que mergulha na formação da identidade Travesti no cenário do semiárido baiano. Através das vivências de Deny e outras figuras reais, é delineado um mapa das experiências pessoais e sociais que moldam a travestilidade desde a infância até a vida adulta. Os capítulos revelam relatos de travestis desafiadoras das normas de gênero e sexualidade, como a protagonista Núbia Kalúmbi e a rainha G da quadrilha Junina Atrevida, Luna Tavares. Além disso, a obra aborda questões educacionais e acadêmicas, destacando os obstáculos e oportunidades enfrentados pelas travestis no contexto escolar e universitário, através das experiências de Deny e da professora Catarina Paraguaçu. Por fim, são exploradas as contribuições das travestis para a cultura e arte do semiárido, com especial ênfase nas obras de Jakeliny Muricy, bem como seus esforços na descolonização das identidades de gênero e raça na região, guiados por José Maria. Este trabalho é uma homenagem às travestis que compartilharam suas histórias e uma tentativa de compreender a travestilidade em suas diversas manifestações e resistências no sertão baiano.
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Denyse de Almeida dos Santos nasceu em Salvador, Bahia, embora registrada como natural de Senhor do Bonfim, no centro-norte do estado. Mulher transexual preta, desde a adolescência nutre o sonho de se tornar professora, apesar dos desafios e das lutas enfrentadas devido à sua identidade de gênero. Para ela, a educação se tornou um refúgio, um espaço de “salvação”. Graduada em pedagogia pela Universidade Estadual da Bahia, recebeu uma bolsa de estudos da Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil (ANTRA), o que lhe permitiu realizar sua pós-graduação em educação inclusiva e diversidade pelo Grupo Ethos On, ligado ao Centro Universitário Telêmaco Borba (UNIFATEB). Mudou-se para Feira de Santana, Bahia, onde tornou-se a primeira mulher transexual a ingressar no Programa de Pós-Graduação em educação em nível de Mestrado acadêmico da Universidade Estadual de Feira de Santana.
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