Não é incomum. A pessoa mais brilhante de uma turma de jornalismo não ter a menor vontade de trabalhar em jornalismo. Baterista, escritor, professora (!) e… Helena A.R.S. é atriz, diretora, autora de peças e, aqui, agora, de Tudo que eu queria dizer antes de morrer. Começou como monólogo teatral, virou podcast, se reinventou no Instagram e, agora, surge o objeto livro. Prólogo, 29 cartas — para si mesma criança, família, analista, marido, amante, chefe, esquerdomacho, Deus… — e epílogo. Quem as remete é Ofélia, que, vai-se descobrindo, é atriz, filha de uma atriz shakespeariana que se afogou. Ir além seria sabotar o riso e o choro da leitura. No palco, Helena pedia que a plateia votasse em quais cartas queria assistir e as ordenava para lhes maximizar o efeito. Reunidas neste volume, cada carta ilumina a seguinte. Até que se vislumbre o todo: um romance sarcástico, feminista, sombrio.
Arthur Dapieve
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