Uma leitura da arte afrodiaspórica por meio da temporalidade do xirê do candomblé

No continente americano, no Brasil, para uma inspiração e orientação à afrocentricidade, esse movimento, no meu entendido, principia com a minha localização. Situar-me como um homem latino-americano de ascendência afro me conduz a assimilação das heranças africanas trazidas pelos escravizados. Sou e estou em um contexto afrodiaspórico. Não sou da África, sou da América, tenho a África como referência ancestral que auxiliou a moldar essa brasilidade. Sou herdeiro na afrodiáspora. Por isso, parto do princípio de que essa herança está solidificada na religiosidade e na construção do saber pelas práticas culturais; na resistência e na cosmogonia presente no culto; nas divindades visíveis no Candomblé que reoriento a uma nova percepção de leitura da obra de arte e possibilitar uma compreensão mais condizente com a nossa situação latino-americana.