São mares turbulentos estes que atravessamos, entre os despojos de antigas certezas, ainda que precárias. Mas é justamente nesses momentos que a poesia se renova, tal como em Diante das marés, de Solange Firmino. Aqui a poeta não se deixa levar pelo canto das sereias – uma falsa inspiração – perdendo-se da técnica, do apanhar em meio à bruma as palavras certas, as que são essenciais ao seu ofício. Não. Ao abrir este livro o leitor estará diante de abismos e fendas para, logo em seguida, ser erguido ao dorso das ondas e experimentar a inigualável sensação de vertigem que só os grandes poetas podem ao mundo oferecer.
Leonardo Costaneto
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