A mulher que morreu gritando é um livro de poesias em que o eu-lírico se desnuda, revelando, a nós leitores, sua intimidade e quanta beleza há nisso, porque no íntimo também se pode encontrar o universal. Assim como aponta Chimamanda: “escrever é romper com o silêncio”. Kristel Kardeal sabe disso. Sua poesia é desejo de voz, de grito, ainda que por vezes, em alguns versos, mais pareça um sussurro abafado. A mulher que morreu gritando é um mergulho dentro de si por meio das palavras, do ritmo e da musicalidade. O livro é um pedido, uma prece, um convite à interioridade que perpassa os dramas humanos e, quiçá, o maior de todos eles — o de saber quem se é de verdade. A autora vai no âmago de temas universais como a vida, a morte, o perdão e a culpa: “eu peço a mim mesma de tudo/menos perdão”. Vocês ainda vão ouvir muito falar desta roteirista que estreia em grande estilo na literatura, na poesia, como uma artesã das palavras.
Vanessa Passos
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