Qual a importância de se repensar a educação a partir de uma perspectiva decolonial? Marilyn Laureano nos traz algumas respostas. A autora, professora no chão da escola pública, propõe mirar sua comunidade escolar com um olhar mais atento, com propostas que garantam que essa educação faça sentido para seus sujeitos e com o objetivo de combater qualquer forma de manifestação do racismo e do preconceito, a partir de intervenções pedagógicas com suas bonecas que ganham o mundo de seus alunos e suas famílias. Como o desenho da América Invertida do uruguaio Joaquín Torres-García, esta identidade cultural e artística da América Latina e de profundas raízes na história de nosso país, este livro subverte a ordem estabelecida e oferece, de forma potente e afetuosa, outras perspectivas para o ensino das Ciências Humanas, mais inclusiva e questionadora. Não se iludam, leitores, ao considerar que a metodologia adotada seja pueril. As bonecas utilizadas em sala de aula aproximam alunos de todas as idades, provocam estranhamentos e achegamentos, reflexões e questionamentos, sentidos e aparentes repulsas com o intuito de tecer caminhos e palavras que desvendem as profundas e emaranhadas linhas de silenciamentos e exclusões. Esta interação pulsa e impulsiona novos olhares para a leitura de mundo destes alunos e alunas, de forma mais límpida, mas não menos crítica e atuante. Só podemos nos alegrar e dizer: Vivas às bonecas, aos meninos e as meninas, aos jovens de todas as idades e gêneros que se propõem a construir outros mundos, outros lugares, outras relações em um espaço mais digno e cidadão!
Ana Heloisa Molina
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