As paredes do manicômio são poemas internos, onde o fundo do mais fundo crava as unhas no que só lhe pertence, e deixa feridas expostas. É um olhar nos olhos de si. Baseado na teoria dos oito vícios, engendrado em três grupos de oito versos, o eu lírico se debate, até se perceber subjulgado pela verdade das vulnerabilidades que, a todo custo, tentara esconder. De impulsos modernistas, tem na rusga entre Monteiro Lobato e o movimento de 1922 sua principal inspiração, quando diz ser as pinturas de Anita Malfatti como “desenhos que ornam as paredes internas do manicômio”. Do meu hospício para o seu.
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Tiago Gonçalves é natural de Tatuí, interior de São Paulo, onde reside atualmente. É formado em letras pela Universidade Metropolitana de Santos, graduando em teologia pela Universidade São Francisco e estudante de canto barroco e flauta doce no Conservatório de Tatuí. Como poeta, participou de antologias e foi vencedor do Prêmio Galardão, na categoria poesia, do Concurso Literário de Abrangência Nacional Paulo Setúbal, do Museu Paulo Setúbal em Tatuí, com o poema Uma opereta: Brasil. O autor também recebeu prêmios em festivais de música.
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