É costume homenagear juristas renomados com a publicação de livro reunindo textos de autores que exerceram a mesma atividade profissional ou trabalharam na mesma área do homenageado. No caso de Helena, que atuou em vários espaços da sociedade, não era possível seguir esse costume que teria começado com os italianos. Por essa razão, os autores representam os diversos campos – jurídico, político, social, religioso, jornalístico e acadêmico – nos quais ela deixou a sua valiosa contribuição.
Além de prestar homenagem à sua vida e carreira, a presente publicação tem a finalidade de celebrar a amizade, a admiração e o respeito que todos sempre tiveram por ela. Somente isso pode explicar a carinhosa recepção de cada autor e autora diante do convite para participar desta obra coletiva, cujos textos revelam seus múltiplos interesses e suas lutas ingentes.
Estas páginas resultam, portanto, de uma verdadeira conspiração de afetos que contou com a adesão de várias pessoas.(…)
Helena é, sem dúvida alguma, a maior defensora que tive oportunidade de conhecer. No Ministério Público, na advocacia, no Tribunal do Júri, no parlamento, na imprensa, nos movimentos sociais, procurou sempre defender, com coragem e integridade, a causa dos excluídos, dos marginalizados, dos silenciados, das mulheres, dos pobres e negros que habitam as periferias e formam a clientela dos nossos presídios violentos, seletivos e superlotados.
O Prêmio Bertha Lutz que recebeu no Senado Federal, em 26 de março de 2019, foi o merecido reconhecimento pela sua luta na defesa da liberdade, da democracia e dos direitos humanos que, neste momento, encontram-se ameaçados. Vale registrar que, na mesma solenidade, o prêmio foi concedido também a Marielle Franco, socióloga e vereadora do Rio de Janeiro assassinada em março de 2018.
Diante disso, só me resta desejar que este livro estimule os leitores a trabalharem na construção de uma sociedade livre, justa e solidária, como continua fazendo Helena Heluy, apesar das dificuldades que enfrentam os que lutam pela justiça neste país. Assim poderemos contemplar um dia aquela civilização da paz e do amor sobre a qual falou Paulo VI.
Alan Paiva
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