“Maruzia Dultra mergulha fundo na ideia de que poesia é liberdade e de que poema é o exercício verbal dessa liberdade. Mas por que ‘inventário’? Por que ‘bibelô’? Porque toda e qualquer liberdade só se alcança com método capaz de ser repetido sem fim (‘inventário’) e colecionando bens cujo valor está simplesmente em existir, de graça e com graça (‘bibelô’). Aqui, encontramos poesia em estado concentrado: som e sentido adulterados em jogos diversos. Mas também há lirismo. Tudo nesses bibelôs verbais apela para o lirismo, não o autobiográfico, mas o da experiência das palavras. Quando algum ‘eu’ se insinua, de pronto foge e deixa como rastro palavras cheias de graça, humor, amor, tesão, chiste, inteligência, clichê ou emoção. Sinta-se também livre, caro leitor, como os espaços em branco das páginas que Maruzia nos deixa, para brincar com seu universo poético.”
Sandro Ornellas
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