Abracei narciso por apelos do ego. Quando vi os restos da minha adolescência jogados no terraço, decidi que era o momento de começar uma revista, tirar a poeira da poesia e escrever. Comecei então uma tentativa muito íntima de entender que todos os meus textos guardados em rodapés de apostilas escolares e cartas de amor nunca entregues eram mais que dramatizações infantis, eram parte de mim. E, claro, arquitetei esse passado nos meus termos atuais, sérios e técnicos. Acredito que tenha pecado, que agi de má fé ou que envergonhei minha sinceridade juvenil. Me perdoo, porque meu crescimento também depende de uma certa quantidade de decassílabos e referências gregas. narciso é o espelho da minha própria alma.
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