A poesia de Georgino Neto nos acende e nos ilumina: inventa uma imensidão de insignificâncias, sem exigir consultas a dicionários. Basta deixar o coração sentir para perceber “o desavesso da vida que ele inventa”. Feliz é quem divide com o poeta a janela da qual ele “desvê a grandiloquência das coisas, o olhar a alcançar apenas aquilo que é desimportante”. A importância da insignificância das coisas parece lição aprendida com Manoel de Barros, outro poeta que traz, em asas e na alma, a grandeza das coisas miúdas. Como seguidor do mestre pantaneiro, o nortemineiro confessa: “Possuo a serventia das desnecessidades miúdas…” Georgino não quer ser mar: basta-lhe rio ser. Puxe a cadeira. Abra este livro. Delicie-se com a poesia que salta da Primeira Página de Jornal Nenhum. “No mais, seguimos vivendo/Seguimos viventes…”
Karla Celene
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