Se há um tempo neste Tratado, ele se dá pela denúncia contra o ramerrão na poesia brasileira contemporânea: o retoricismo. A ênfase. O excesso. Fábio José de Queiroz compõe seu livro com ironia sardônica e sarcasmos. E foge dessa pasmaceira beletrista, em razão de ser o mesmo de sempre: um vitalista. Também esta sua poesia não tem a ver com “enxugamentos”, essa bobagem que se confunde hoje com o “escrever-bem”. Sua economia busca um tipo de dor radical transformada em linguagem e sujeira, muitas vezes. No caso de Fábio José, toda higiene é também perigo. Toda poesia é nada, se não for, de fato, risco, muitos riscos, antes. Aqui, Fábio José de Queiroz é econômico, mas não é sovina. Pelo contrário, é generoso. Este tratado tem, portanto, muito mais a lhe oferecer, leitor e leitora. Para mim, é um ganho para a poesia brasileira contemporânea. Vocês me dirão, abrindo suas próprias circunscrições, por onde a força vitalista desta poesia circula para sempre, sem nenhuma economia de gestos.
Sidney Rocha
Fábio José de Queiroz é historiador, professor universitário e doutor em sociologia, mas sempre manteve um estreito contato com a literatura, ora escrevendo estudos, como ilustram artigos em que analisa a poesia de Patativa do Assaré (2012), a literatura fantástica (2021) ou a obra Vidas secas (2021), ora publicando seus textos, individualmente, como em Dezesseis poemas erráticos em sol menor (2006), ou em coletâneas, a exemplo de Poesias sem Rota (2019).
Autor: Fábio José de Queiroz
Gênero: Poesia
Coordenação editorial: Leonardo Costaneto e Olavo Romano
Capa e editoração eletrônica: Ytana Mayanne
Coleção 2em1
Tamanho: 12 x 18cm
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