Na minha adolescência o conto que mais me marcou foi Vista cansada, de Otto Lara Resende. Naquele momento eu começava a deixar o adolescer, e o adultecer do corpo, como descreve bem Luciana, começava a envelhecer a alma. E foi em meio ao rígido relógio adulto, inclusive, que parei para ler este livro. A autora fez horas corridas andarem mais serenamente para que eu contemplasse e sentisse o que lia. Suas palavras me olharam nos olhos, afinal, como é dito na primeira crônica, eles “sempre serão fascinantes e pequeninos cristais com suas grandes histórias”. Feliz é quem repara as miudezas da vida, quem abre espaço para a beleza entrar e conversar. Aprendi, lendo estas páginas, que nem tudo precisa de tantos rodapés e, como as flores roxas me ensinaram, é preciso saber a hora de se recolher. A arte fala por si própria. E eu não poderia terminar esse diálogo com você, amigo leitor, sem reticenciar… Boa viagem poética! Luciana, que se autodenomina GPS a certa altura, sabe bem nos conduzir pelas estradas do coração.
Andressa Marinho
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