Atriz, atroz

Atriz, Atroz – segundo livro da autora – em indumentária e conteúdo é sua escrita primeva. Reúne poesias que se autodeclamam do que silenciaram, gritaram ou entorpeceram. Trazem ecos das escutas, visões e cegueiras que se perpetuam ou das faltas no aportar dos 50 anos. Os lúdicos sorrisos de infância, sonoros brados de adolescência e inscrições nas quais se percebe imprimem-se ao papel com lucidez. Desejo de escritora, atriz e advogada pelos Direitos Humanos que garantem a liberdade que se inicia pela Arte. Segue no estilo de experimentar, singularizar e diversificar a semeadura de afetos que mobilizam sua escritura de translações intensas. O movimento circular espiralado respalda a obra, cujo título dá pulmões ao imaculado. A poesia mapeia seu cosmos letrado. Referenda significante de infância que fez repensar lócus de retorno ao Teatro. Entre dramas, comédias e a saudade do protagonismo que sufocou, ensaiou para autorizar-se respirar no escrever. No palco ou atrás das cortinas, disso sabe, há preço a ser pago pela atrocidade no ser e/ou não ser.