Canoa emborcada — para quem não sabe — é canoa virada, descansando depois de uma tarefa cumprida pelo povo do mar, das águas. Assim considero que deve estar se sentindo o estimado Santiago Bernardes, ao finalizar mais uma obra literária. A canoa chega ao fim de sua viagem, mas a peleja dos caiçaras continuará contra os desdobramentos da especulação imobiliária e enfrentando crises na própria comunidade que se contagia com o fermento da discórdia, da cobiça, da tentação de copiar o opressor. A canoa emborcada pode ser um farol importante nessa navegação. Desde o começo da leitura eu percebi um lado fantástico entremeado de fatos históricos, cujo pano de fundo era a construção da BR-101, a Rio–Santos. Personagens reais se teceram pela história, nomes conhecidos e familiares se compuseram pela escrita talentosa a nos relembrar o quanto é importante juntar nossas memórias caiçaras.
José Ronaldo dos Santos
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