Escuro novembro

Um novembro frio em uma tarde longa, onde o céu acinzentado desperta medos. Alguém caminha pelas ruas molhadas e sente saudade. Alguém vai a um profundo encontro no subterrâneo de suas emoções como um mergulho em águas turvas. Ou uma catarse da alma em desalinho. Um pedaço de mar visto pela janela, uma fotografia, uma lembrança.
Mágoas e ilusões são lavadas com a chuva inesperada de uma quinta-feira qualquer, uma esquina qualquer. Talvez um bolero para se lembrar de alguém que se foi. Um fim de tarde, um bilhete dentro de um livro. Talvez em um outro tempo, quando os manacás florirem, eu te veja entre as esquinas, dores menores e portões abertos.